O que nós, brasileiras, chamamos de rímel é uma designação popular para o nome original do produto, que é Máscara para Cílios. Supostamente, nós profissionais nem poderíamos usar a palavra rímel, a não ser que fosse para falar da marca Rimmel. É o mesmo caso da Maizena, do Catupiry, do Nescau e de várias outras coisas que acabamos chamando pelo nome de uma determinada marca, normalmente a líder no mercado de tal produto.
Eu não pesquisei (e nem pretendo fazê-lo para este post) o porquê de chamarmos máscara para cílios de rímel, uma vez que – mesmo que tenha sido a primeira a ser inserida no mercado brasileiro – definitivamente não é o que temos de melhor para criar pestanas incríveis.
No meu universo, se chámassemos pelo nome da melhor marca, as máscaras para cílios atenderiam pelo nome Lancôme.
Eu devo ter umas 50 máscaras para cílios, de todas as faixas de preços e com todo tipo de fórmula (além de cores variadas).
Como escolher, num mercado abarrotado de produtos para esse fim?
Primeiro, você tem que pensar o quanto seu olhar (e logo, sua maquiagem como um todo) pode ser beneficiada por uma máscara de cílios. Dependendo do formato e cor dos seus olhos, bem como estrutura e cor dos cílios, vale a pena investir mais dinheiro e ter uma máscara que já faça boa parte do serviço de chamar a atenção dos olhos, valoriza-los.
Posto isso, caímos na escolha da fórmula ideal. A tecnologia do mercado de cosméticos cresce assustadoramente e hoje temos fibras, polímeros, vitaminas e mais uma série de “anabolizantes” que prometem um resultado para cada tipo de cílio. Para os curtos, máscaras alongadoras, para os longos e emaranhados, definidoras, para os retos, curvadoras e para os já naturalmente longos e “disciplinados”, promessas de volumes arrebatadores. Aqui, eu acho que não se deve escolher apenas algo que vá suprir seus cílios de algo que ele não tem (dentro dos padrões), mas também do que funciona melhor para o tipo de resultado que você quer atingir. Um bom exemplo disso é optar por máscaras de volume mesmo em cílios curtos, para saturar de cor o olhar, especialmente se você quer uma maquiagem noturna, um look esfumaçado (futuramente eu escrevo sobre a confusão entre esfumaçado e esfumado).
Passando da noite para o dia, devemos pensar também em cor. Aqui no Brasil, as máscaras marrons são bastante desprezadas, porque a grande maioria da população tem cílios escuros. Eu aconselho que isso seja revisitado. Para quem usa maquiagem todos os dias e procura estrutura com discrição, o marrom é a melhor opção. Ainda reforço o uso do marrom no verão, já que a maquiagem tende à ilusão de leveza, característica da estação.
Continuando com o verão, chega-se à hora de escolher o grau de resistência à àgua da sua máscara. Eu sempre tive uma implicância profunda com fórmulas à prova d’água porque elas eram terríveis de remover, arrancavam alguns fios no processo e pareciam que jamais me deixariam. O problema é que, no calor do verão brasileiro, máscaras apenas resistentes à àgua, não resistem a suor, calor e acabam “derretendo”, interferindo na maquiagem dos olhos, e perdendo o efeito desejado. E, novamente, graças à tecnologia, eu resolvi minha implicância com as waterproof: os asiáticos têm um demaquilante que vem numa embalagem idêntica a de um tubo de máscara. Você aplica da mesma forma e depois é só passar um algodão embebido com loção de limpeza que sai tudo, sem resquícios nem cílios caídos.
Numa situação ideal, seria bom ter uma máscara preta, uma marrom, cada uma delas normais e waterproof, além do removedor.
No entanto, nem sempre vivemos em situações ideais, então eu sugiro pensar bem no que se espera da sua máscara.
A forma como piscamos é uma forma de interagir, seja seduzindo, seja confortando, seja ameaçando. Cílios bem definidos funcionam como plumas, dedos filigranos, marcando esse compasso com mais força, atuando como enzima e, logo, criando mais impacto em nossas interações.
Assim, você já pode ir pensando em que máscara usar no próximo baile.